O Mito Que Tira o Sono de Milhões de Pessoas
Quando as contas se acumulam e o nome vai para o Serasa, uma pergunta assombra muitos brasileiros: “Posso ser preso por dever dinheiro?”. Esse medo, alimentado por histórias e desinformação, gera um estresse desnecessário e impede que as pessoas busquem soluções para sair do endividamento.
A boa notícia, e a mais importante, é: a prisão por dívida comum é um mito no Brasil. A legislação protege o cidadão nesse aspecto, garantindo que o endividamento civil não é um crime. Mas, para que você entenda a verdade por completo e se sinta mais seguro, vamos analisar o que diz a lei e quais são as reais consequências de uma dívida não paga.
O Que a Constituição Federal Garante 🛡️
A nossa principal lei, a Constituição Federal de 1988, é clara e direta. Em seu artigo 5º, ela estabelece uma proteção fundamental:
“Não haverá prisão civil por dívida, exceto a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia…”
Isso significa que a regra geral é a liberdade. Ninguém pode ser preso por dívidas de cartão de crédito, empréstimos bancários, financiamentos de veículos ou qualquer outra conta de consumo. A única exceção é o não pagamento da pensão alimentícia, que tem um tratamento legal completamente diferente por um motivo crucial.
O outro caso, o “depositário infiel”, que se referia a alguém que não devolvia um bem confiado a ele, foi praticamente extinto após decisões do Supremo Tribunal Federal (STF). Portanto, para o seu dia a dia, a única exceção que realmente importa é a pensão alimentícia.
As Consequências Reais das Dívidas Comuns

Se a prisão não é uma ameaça, o que realmente acontece quando você não paga uma dívida com um banco ou loja? As consequências são de natureza financeira e patrimonial, nunca criminal.
O processo de cobrança pode incluir as seguintes etapas:
- Restrição de Crédito: Seu nome é incluído nos cadastros de inadimplentes, como Serasa e SPC, o que dificulta a aprovação de novos empréstimos, financiamentos e cartões.
- Aumento de Juros: A dívida continua crescendo por causa dos juros e multas de atraso.
- Ação Judicial de Cobrança: A empresa pode entrar com uma ação na justiça para cobrar o valor.
- Penhora de Bens: Se você tiver bens em seu nome (carro, imóveis) ou valores em contas bancárias, a justiça pode determinar a penhora para quitar a dívida. Mas calma: existem limites. A lei protege bens essenciais, como o único imóvel de moradia e a maior parte do salário.
Em resumo, as consequências se limitam ao seu patrimônio e ao seu acesso a crédito, não à sua liberdade.
O Caso Único e Sensível da Pensão Alimentícia ⚖️

Por que a pensão é a única exceção? Porque ela não é uma simples dívida de consumo, mas sim uma obrigação ligada diretamente ao sustento e à dignidade de outra pessoa, geralmente um filho. Quando o devedor não paga, ele não está apenas quebrando um contrato; está colocando em risco as necessidades básicas de alguém.
Nesse caso, a justiça pode expedir um mandado de prisão civil, que pode durar de 1 a 3 meses. É fundamental entender: essa prisão não quita a dívida. Ela serve como uma medida de pressão para que o pagamento seja feito. A dívida, as multas e os juros continuam valendo mesmo após a pessoa ser solta.
Mitos a Serem Esquecidos para Sempre
Para que você se sinta completamente seguro, vamos desmistificar algumas frases que você já deve ter ouvido:
- “Vão me prender por causa do cartão de crédito!” Falso. O cartão é uma dívida civil e não leva à prisão.
- “Vão na minha casa me levar preso!” Falso. A visita de um oficial de justiça pode acontecer para notificar você sobre uma ação de cobrança, mas nunca para prender por dívidas comuns.
- “Se eu dever aluguel, vou para a prisão!” Falso. O não pagamento de aluguel pode levar a uma ordem de despejo, mas não à prisão.
Conclusão: Do Medo à Ação. Entenda Seus Direitos e Ouse Negociar.
A ideia de ser preso por dever dinheiro é, portanto, um mito para 99% das situações. O medo, por sua vez, é real e paralisa muitas pessoas, impedindo-as de buscar a melhor solução para seus problemas financeiros.
Agora que você conhece a verdade jurídica, pode respirar mais aliviado. O próximo passo não é se esconder, mas sim agir. A consequência de uma dívida não paga é financeira, e é exatamente no campo financeiro que você deve buscar a sua solução.
Próximo Passo: Negocie com seus credores, reorganize seu orçamento e comece a reverter a situação. A liberdade não está apenas em não ter o risco de prisão, mas sim em ter o controle total da sua vida financeira.
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